A persistente arte de recomeçar: os 6 passos de uma estratégia resiliente anti-frustração.
- cornelispoel
- 13 de fev.
- 5 min de leitura
Atualizado: 14 de fev.

Situação complexa de recomeços constantes: caso pessoal ilustrativo
Iniciei 2024 com a inscrição feita para o Ironman 70.3 do Rio Janeiro, que ocorre sempre no mês de junho. Uma prova com as distâncias de 1,9 km de natação, 90 km de ciclismo e 21,1 km de corrida.
Mas... O que é a vida, não? Adora passar a perna em nossos planos!
Após 5 anos de meu transplante de fígado e exames com resultados dignos de um Oscar, no final de janeiro de 2024, uma infecção grave me levou a uma internação de 9 dias. Em seguida, veio uma Covid que me deixou uma síndrome pós-Covid e em fevereiro precisei abandonar o Triathlon. Ao longo do ano passado, essa síndrome me trouxe cerca de 10 (dez) episódios de febre e corpo dolorido ou resfriados afetando minhas vias aéreas superiores, cada vez com duração entre 7 e 15 dias. Quadros longes de serem gravíssimos (ainda mais se comparados à minha fase anterior ao transplante), mas certamente chatíssimos, bem estressantes e impeditivos de muita coisa, sobretudo, esportes.
A cada recuperação de cada oscilação da saúde, sempre uma nova, e breve, tentativa de voltar aos esportes, já que outra oscilação vinha em seguida. Foram tantos os retornos quanto o número de crises.
No último trimestre de 2024, a síndrome pós-Covid começou a perder força e consegui fazer algumas atividades esportivas já mais interessantes. No início deste 2025, mais um resfriado leve e por cautela, uma nova parada. Entrei em fevereiro voltando a me sentir bem e tentando mais uma vez engrenar nos esportes.
Algumas corridinhas aqui e umas pedaladas acolá. Faltava a natação.
E finalmente, no décimo-segundo dia de fevereiro, fiz um treino de 1000m! Embora esteja, digamos, bem desajeitado e intranquilo na água, foi de uma alegria incrível! “Simplesmente” por ter voltado e realizado o treino conforme me propus, em distância e com educativos. Meu último treino de natação havia sido há mais de 1 ano! Uma felicidade singular em pôr um pé de pato, usar a boia e respirar para ambos os lados do corpo.
E agora vem a importante questão, cuja resposta está na estratégia que trago logo na sequência:
“Como assim você ia para o Ironman e um ano depois, após tantos recomeços interrompidos, ainda vem e comemora os 1000m de um treino ordinário!?”
Vamos lá.
A estratégia resiliente anti-frustração
Os 6 passos fundamentais para ser resiliente e evitar frustrações em circunstâncias complexas como as do caso acima são:
Aceitar os fatos: nessa situação que vivi, até me iludi por uns dias após meus problemas sérios no início de 2024, mas logo aceitei (com muito choro) que aquele Ironman não poderia mais ser parte dos meus planos. E comecei a repensar e refletir sobre o ano adiante sem a menor sombra do Ironman. Não é fácil nem sem sofrimento abandonar um objetivo muito desejado. Por vezes, porém, é necessário, sob o risco de se não o fizer, ir afundando mais e mais na insistência de algo inviável.
Definir uma expectativa realista: adotei a estratégia de decisão diária sobre treinar ou não treinar. Assim, minha expectativa de sucesso foi reduzida para concluir um treino, de baixa ou baixíssima intensidade, que eventualmente eu decidisse fazer naquele dia. Com isso, não me distanciei totalmente do esporte, tive muitas (pequenas) vitórias e uma boa sensação de autoeficácia.
Substituir a atividade afetada por outra(s): busque em seu repertório outras coisas que gosta de fazer e intensifique a prática delas. Eu, por exemplo, li mais e vi muito mais TV e filmes do que meu habitual quando treinando Triathlon normalmente.
Ser otimista: considere que sua limitação é (i) específica (tive um entrave no esporte, somente nele e não em outras áreas da vida; no período do caso relatado acima, realizei uma grande transição de carreira), (ii) temporária (as oscilações de saúde não serão permanentes e tendem a passar) e (iii) controlável ou contornável (é ter a consciência da capacidade de agir para reverter a situação).
Ser persistente: fragmente as atividades tanto quanto necessário, mas não deixe de fazer algo na direção do seu objetivo. A consistência será fundamental para não perder o ânimo e o contato com o que gosta. Por isso, persista!
Recorra a fatos que contradigam eventuais sentimentos de incapacidade: terminei 2023 tendo participado dos World Transplant Games na Austrália e fazendo minha primeira meia maratona e atualmente não corro nem 5km razoavelmente. Durante os treinos, frequentemente sou tomado por raiva e ansiedade, por querer fazer muito mais do que estou apto atualmente. Nesses momentos, paro e busco memórias que me indiquem que sou capaz. Por exemplo, resgato o fato de ter saído de anos de sedentarismo forçado, um quadro de desnutrição e um transplante, e ter conseguido progredir no esporte até virar um triatleta. Após constatações dessa sorte, digo a mim mesmo: “Paciência, o que você precisa é de paciência, porque capacidade você tem”. Em seguida, respiro fundo e dou sequência ao treino.
Apliquei e sigo aplicando esse passos em busca de mais uma superação, a de retornar por completo ao Triathlon. Tenho muita atenção na definição das expectativas, aceito que tenho muitas questões de saúde para gerenciar e que podem me trazer novos afastamentos temporários do esporte, permaneço otimista, recorro a outras atividades caso não possa fazer meu nada-pedala-corre, persisto e sempre revisito os fatos que me foram positivos em ocasiões passadas para me motivar para os momentos presentes e possibilidades futuras!
Ambiente de corporativo
Será que esses passos são aplicáveis ao mundo do trabalho? Obviamente, sim!
Se houver um problema sério, não será essencial aceitar que ele está em suas mãos e você tem que atacá-lo o quanto antes? Enquanto não se admitir a criticidade de uma situação, nada se fará com relação a ela!
E se for uma situação complexa que não possa ser resolvida em um prazo curto, não será importante alinhar as expectativas consigo mesmo e com todos os stakeholders? Além disso, manter a si e ao time otimistas, persistir fortemente e, em momentos de fraqueza, recorrer a memórias de grandes realizações do time para levantar a moral de todos, não fará toda a diferença? Claro que sim!
Concluindo, reflita e adote a estratégia resiliente apresentada neste artigo, nos enfrentamentos pessoais tanto quanto nos profissionais! Sua motivação, superação e sucesso ao alcance de suas mãos... E mente!
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CORNELIS POEL é Palestrante Especialista em Resiliência para Líderes e Times. Tem mais de 15 anos de experiência como líder de grandes corporações e um relevante histórico de resiliência e superação, por ter vencido várias doenças graves, um transplante de fígado e ainda ter se tornado triatleta.
É esse background, aliado à sólida formação acadêmica - é Doutor (PhD) - que ele leva às suas palestras, aos seus conteúdos e suas outras atividades profissionais.
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