10 DICAS EMPÍRICAS PARA EVITAR ESGOTAMENTOS FÍSICOS E MENTAIS
- cornelispoel
- 20 de mar.
- 6 min de leitura

Recentemente, consegui realizar um treino de Triathlon sprint, isto é, 750m de natação, 20 km de ciclismo e 5 km de corrida, algo que não fazia há cerca de 1,5 ano. Em vários momentos ano passado, duvidei se conseguiria fazer isso novamente.
O 2024 foi um tanto tenso em minha saúde, pois começou com uma internação por infecção generalizada, causada por uma acentuada baixa de minha imunidade, logo seguida por uma Covid e, por fim, uma Covid Longa que me trouxe cerca de uma dezena de episódios de febre, questões respiratórias e outras por todo o restante do ano.
A conclusão diagnóstica de uma Covid Longa (ou síndrome pós-Covid) vem por exclusão. Como tenho 3 doenças autoimunes graves (uma delas me levou ao transplante de fígado), o olhar principal é para elas, e para outras autoimunes que podem surgir, pois quem tem uma dessas, tem certa propensão a ter outras. A cada episódio de febre, escurecimento de vista e tontura ao me levantar, entre os demais sintomas, uma preocupação se algo muito grave não estaria por trás. Minha mente, um fervo só, pois vive numa nóia sem fim, com medo de recidivas ou novos diagnósticos, como creio que ocorre com todos os pacientes com várias patologias instaladas ou maus históricos de saúde. Precisamos de uma eterna atenção emocional especial com nós mesmos. Felizmente, após muitos exames laboratoriais e de imagens, nada veio. E meio que se concluiu que seria a tal da Covid Longa. Não mata, mas aperreia por um tempo, até 2 anos de acordo com meu infectologista.
Assim como nas empresas quando buscamos as lições aprendidas após passarmos e resolvermos problemões que nos surgem, olhei para trás e refleti sobre quais seriam as causas prováveis da baixa imunidade que me levou à internação e que, talvez, tenha servido também de oportunidade para que uma levíssima Covid tenha se desdobrado em uma bastante incômoda Covid Longa.
Vamos lá.
Causas prováveis de minha queda de imunidade
Estresse mental no campo pessoal: minha mãe passava por problemas de saúde física e mental e, além da demanda do apoio em si, por minha forte conexão com ela, sempre fico muito impactado ao vê-la angustiada e sofrendo, então, estresso e somatizo;
Estresse mental no trabalho: no mesmo período do pico das questões de minha mãe, a GE, onde era Líder de Engenharia, em fim de ano, com resultados a entregar e muitos projetos atrasados, era uma pressão constante e reuniões infindáveis exclusivamente para tratar de problemas e ações de necessidade imediata. Dia após dia, hora após hora, mais urgências, reuniões e ações;
Estresse físico: em meio aos estresses mentais acima, focado em terminar bem o 2023 e começar o 2024 a todo vapor, de olho no Ironman 70.3 do Rio de Janeiro, para o qual já estava inscrito, fiz de tudo para cumprir as planilhas intensas de treinos do Triathlon e até me esforçava para fazer um pouco além;
Desregulação de rotina: estressado física e mentalmente, minha rotina que necessita ser precisa em alimentação e sono, desandou. Vieram as noites de sono insuficiente e a alimentação sem a correta nutrição adquiriu sua frequência.
O resultado, claro, não poderia ser diferente: me deu PT (“perda total”)! E veio a internação no fim de janeiro de 2024. Nas palavras de minha médica: “Com tudo isso ao mesmo tempo, até mesmo uma pessoa normal teria tido problemas”. E apenas 15 dias depois, veio a Covid, que por sua vez deixou a Covid Longa de herança.
Só identificar as causas não impede recorrência do problema, é preciso debelá-las.
Com base nessa minha experiência nada boa, elaborei dicas que servem como pontos de atenção para que você e outras pessoas possam evitar situações de “perda total” como a que vivi e outras de esgotamentos diversos.
As 10 dicas
Mantenha um eterno lembrete ativo em sua mente com relação ao fato de que nossa energia (ou capacidade) para conduzir os eventos e atividades da vida é limitada;
Conscientize-se que se estivermos lidando concomitantemente com vários temas de alta relevância, que consomem muita de nossa energia, extrapolaremos nossa capacidade e haverá o estresse, que se for prolongado, vai trazer problemas sérios;
Por meus aprendizados pessoais, acredito que não devemos ter mais do que 2-3 temas de alta demanda ao mesmo tempo, portanto, sugiro que se limite a esse número também, e sempre que estiver nele ou o exceda, ligue o botão de atenção!
Há sinais que antecedem as PTs, que podem ser os mais diversos. Previamente à minha citada internação, hoje consigo enxergar que estava constantemente me sentido bem mais cansado do que o normal. Dia após dia, estava agindo no automático, mecanicamente fazendo tudo o que estava à minha frente. E havia também uma fadiga mental instalada. Creio que os sinais podem ser os mais variados caso a caso, e a dica seria se policiar com relação ao que passa a ser diferente da sua condição normal, emocional e fisicamente. Compare-se com você mesmo em outros períodos mais tranquilos da vida e busque anomalias. É um exercício de autoconhecimento que pode trazer alertas importantes;
Saiba que você não é o Super-homem ou a Super-mulher, que se acha superforte e que dá conta de tudo sem se “danificar”. Depois de alguns anos com êxitos relevantes – superação de um transplante e uma doença neurológica, ter me tornado um raro triatleta transplantado e retornado à liderança de equipes de alta performance na GE, entre outros – e todos os check-ups sempre com resultados excelentes, humildemente reconheço que pequei por um excesso de confiança. Parecia que nada me abalaria significativamente e onde quisesse chegar, chegaria. Naturalmente, não tinha consciência e clareza plena disso, mas ia definindo objetivos e assumindo demandas sem muito pensar nem achar que não daria conta. E me deu PT!
Priorize os temas por importância e exclua tantos quantos forem necessários. Não que não vá resolver tudo o que precisa, mas deverá realizar um planejamento para uma distribuição das altas demandas em tempos de execução diferentes. Eu deveria ter deixado o Triathlon de lado por um tempo, já que minha mãe e o trabalho se tratavam de responsabilidades minhas com outras pessoas que jamais poderia deixar na mão;
Busque apoios externos, de pessoas com quem se sinta à vontade e/ou profissionais. Por exemplo, você pode dividir anseios e refletir com amigos, familiares e psicólogos se algo está passando dos limites;
Tenha cuidado para não desmantelar seus hábitos importantes. Entre dezembro de 2023 e janeiro de 2024, dormi tarde frequentemente e relaxei com a dieta requerida para prática de Triathlon, que é rigorosa pela elevada queima calórica que temos; são 2 treinos/dia de 2ª a 6ª feira e um simulado aos sábados, ou prova aos domingos. As horas de sono não tidas e nutrição inadequada certamente contribuíram para meu enfraquecimento;
Dê mais atenção e carinho a si próprio, cuide mais de seu bem-estar. Se você acalenta, aconselha e conforta outras pessoas, por que não fazer tudo isso consigo próprio? Reflita sobre esse olhar para si, pois a mim também parecia estranho e hoje me esforço para ser compassivo comigo como sou com os outros, embora ainda não me seja tão simples (mas estou aprendendo);
Por fim, vá a médicos, faça exames e acompanhe sua saúde de forma rotineira! Não dê chance ao azar. Entre os ditos mais idiotas que escuto, há sempre quem solte a pérola “Não vou no médico nem faço exames porque né... vai que encontrem alguma coisa”. Só esclarecendo, meu caso aqui não ocorreu por falta de check-ups, pois eu os faço frequentemente. Ele ocorreu entre 2-3 meses que não fazia um exame e foi algo como um refrigerante sendo agitado... Parece estar tudo bem, mas quando a tampa é aberta, a bebida toda derrama repentinamente! Apenas exames nos dias picos de meu mal-estar apontariam alterações. Os checkups sempre serão imprescindíveis!
As dicas são empíricas porque as extraí de minhas experiências e reflexões apoiadas por meus estudos, que permitem clarear a visão dos fatos, conceitos e estratégias. Não tenho qualquer intenção de fazer o papel de médicos, psicólogos ou outros profissionais da saúde, e nem é o propósito destas dicas substituí-los, jamais!
Trata-se de um olhar prático das várias lições tiradas de um quadro de saúde que me impactou por mais de 1 ano e que hoje compreendo que se tivesse os cuidados conforme delineados por essas 10 dicas, eu provavelmente o teria evitado! Cuidados relativamente simples, 100% em nosso controle, poderosos e que jogam totalmente a favor de nossa resiliência!
Agora, objetivando evitar o seu esgotamento físico e/ou mental, é sua hora de colocá-los em prática! Mãos e mente à obra!
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CORNELIS POEL é Palestrante Especialista em Resiliência para Líderes e Times. Tem mais de 15 anos de experiência como líder de grandes corporações e um relevante histórico de resiliência e superação, por ter vencido várias doenças graves, um transplante de fígado e ainda ter se tornado triatleta.
É esse background, aliado à sólida formação acadêmica - é Doutor (PhD) - que ele leva às suas palestras, aos seus conteúdos e suas outras atividades profissionais.
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Cornelis, que inspiradora sua história, salva vidas. Feliz demais quando me lembro do que conversamos no Mind. Gratidão 🙏 parabéns e muito obrigada.